Remembering Sunday (pt. 3)

All Time Low - Remembering Sunday

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Tudo que sempre quis te dizer

Hoje faz seis anos. Não hoje exatamente – parei de contar depois do segundo aniversário já que me pareceu contraprodutivo -, mas a grosso modo. Seis anos que tudo mudou. Eu, você, o mundo. O céu se abriu e se fechou com a velocidade de um foguete ultrassônico. Você dormiu nos meus braços naquele dia, daquela vez.

Um tsunami.

Doía estarmos juntos. De alguma forma, truncada, você tentou. Pelos dias que se seguiram  - mas por tempo longe do suficiente -  fomos felizes. Eternos, suficientes. Juntos.

Passou.

A vida se encarregou de lavar e levar tudo embora. O castelo na areia, a porra toda. A onda veio com força. Em vez de me levantar – como fazem as melhores ondas -, me enterrou. Não fomos. Ficamos. Apesar de tudo, permanecemos.

É estranho olhar nossas vidas agora. Tudo o que poderia ter sido e toda aquela papagaiada.  As imagens permanecem longes, difusas. Tudo parece idealizado, cristalizado e bem ensaiado. Um retrato genérico da publicidade americana em 1960. Não fomos.

Eu errei e sei. Já fiz as pazes com o karma. Não lutei o suficiente, não apareci onde devia, não te apoiei quando precisava. Acontece, meu bem, que me descobri fraco. Não queria ter sido, mas fui. Não soube lutar por nós dois. Sou só um homem. Quando sua vontade oscilou e a coragem escapou, eu já não endossava o coro na torcida por nós dois.

Engraçado como hoje também choveu o dia todo. Não foi um dia triste como aquele. Eu te procurei, eu gritei, acordei os vizinhos. Mas você não estava. Na chuva, caminhei de volta as 17 quadras que me renderiam uma insistente pneumonia.

Uma sucessão de desencontros, não é? Quando eu fui, você não estava. Quando você precisou, eu não pude estar. Deixa estar.

Faz seis anos que deixamos nosso castelo na praia. Mas o oceano não perdoa. O primeiro golpe desmorona, o segundo diminui a estatura. Lá pela quinta onda tudo já voltou ao normal. Foram seis. Seis anos vieram e seis se foram.

Nunca fomos e eu sempre me culpei muito por isso. Mas chega a hora de encarar que, se não fomos, é porque não éramos. Não te esqueci – eu nem sei como. Ainda te amo. Sem luto, admito: talvez sempre te ame de alguma forma.

Só não te amo mais do mesmo jeito.

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