Postagens

Mostrando postagens de julho, 2014

Você me valida

Você é a única pessoa que me valida, me torna inteiro. Você me transforma em realidade, me faz palpável. Você me dá a segurança, o pé no chão. O porto seguro. Mas não é de um jeito que me causa dependência. Veja bem, meu bem. Você me completa. Com as suas inúmeras falhas, me torna um só. Duas metades de uma alma, chame o que quiser. Me ame. Te amo. Além do fim e dos fins, quero para sempre. E sem explicação. E meu medo inominável que você precise de uma, uma explicação. Você traz em si esse medo, essa necessidade tão humana? Essa que me tira o ar e as palavras? Você é mais do que eu preciso mas meu temor é que eu não seja a metade das suas necessidades. Você clama que eu sou tudo e muito mais mas eu morro – veja bem, morro, todos os dias um pouquinho -  de medo de que eu seja o melhor que você conseguiu. Quando eu sinto – e eu sei -  que você é o melhor que eu posso conseguir. Nessa vida e em outras. Eu reafirmo: você me reafirma. Me torna mais eu, cada dia. Só me entendo e me sint

Indo embora do open bar

Indo embora do open bar e o táxi toca Chico Buarque. E eu? Eu choro. A moça do caixa, já conhecida, pergunta: "É um open bar e você tá indo embora a essa hora? Sóbrio?" "Luto", respondo. "Quem morreu?" "O meu relacionamento." "O de sempre? Ainda?" Não, é um novo. Nasceu e morreu. E eu, que nunca achei que fosse sentir a perda, sinto. Sinto mais o fracasso, isso sim. Tem coisas que nascem para morrer e isso não as invalida, com certeza. Mas dói um pouquinho. Dói a falta. A falta de uma coisa que você nem achava que precisava, mas veio, abriu espaço, foi embora, e deixou o buraco. E me pergunto: os buracos, são preenchidos algum dia? Acho que é uma questão de prisma. Necessito parar de pensar em ti como uma lacuna impreenchível mas uma lasca, uma marca. Escrever é inscrever. Tirar uma lasca da madeira, deixar uma marca, um escrito, um inscrito. Acho que você inscreveu em mim. Obrigado.