Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2014

A fera na selva, por Henry James

"Não incomodava os outros com excentricidade de obrigá-los a conhecer um homem mal-assombrado, ainda que em certos momentos tivesse a maior tentação de ouvi-los dizer que estavam eles próprios bastante assombrados. Se ficasse tão assombrados quanto ele - que nunca deixara de estar uma hora sequer de sua vida - saberiam o que isso significava. Mesmo assim, não lhe cabia assombrá-los, e ele se limitava a ouvi-los com suficiente civilidade. Esta a razão pela qual tinha tão boas maneiras - embora possivelmente fosse um tanto sem graça; esta razão, acima de tudo, se considerava um homem razoavelmente - e até, quem sabe, extraordinariamente - desprendido num mundo ganancioso."

carta ao meu professor de Jornalismo.

Manoel Às vezes, quando as contas estão todas pagas, e vaga-me espaço mental para divagações, me questiono sobre a crise do Jornalismo. Para além disso, me questiono se é de fato uma. Não me entenda mal, a notícia das 20 demissões na Folha de Londrina será sempre aterrorizante. Porém, do alto do meu segundo ano de academia - e com toda prepotência que só a nossa graduação poderia me oferecer -, não consigo ver isso, as demissões, como sintoma de uma crise do Jornalismo em si, mas sim do atual modelo de gestão de negócios. Parafraseando (porcamente) Peter Burke, percebo que com o advento de cada nova tecnologia, profetiza-se o fim de sua antecessora. E, nomeando o gigante elefante entre nós, a suposta grande culpada da crise do Jornalismo contemporâneo é a internet. Com ela, se viram desestruturados os vigentes sistemas de distribuição de conteúdo. Pouquíssimas pessoas estão dispostas a pagar por um conteúdo que possam acessar gratuitamente. Ponto. O suposto fim de um jornal imp